7.12.09

Carioca


Pão de Açúcar, Corcovado, Copacabana, Ipanema e Lagoa; Complexo do Alemão, da Maré, Morro dos Macacos e Providência - o Rio adora se ver nos extremos. Mas o que existe de mais carioca do que o Largo idem? Aliás, o Centro - aquela loucura de pessoas de todos os lugares, executivos engravatados e flipeteiros de relax a 20 reais, camelôs e o Esch Café, brancas, negras, obesos e sílfides - é a mais completa tradução dessa província de saudosa memória federal. No Largo, aos pés da tetracentenária igreja do Convento de Santo Antônio, a Idade Média convive com um shopping de produtos eletrônicos chineses, e pregadores disputam os ouvidos com bancas especializadas em pagode ou flashback.
É de lá que a gente sai quando vai pro Bar Luiz.

Olhando pra trás


Tem gente que reclama, acha que olhar pra trás dá azar. Toc, toc, toc: o que dá azar é só olhar num únio sentido, é só ver a estrada e perder a viagem. Espelhos retrovisores, por exemplo, brincam com o mundo - e com o carro - de um jeito muito interessante. O controverso insulfilm também, acaba fingindo que é filtro.

Impressionante



Aterro do Flamengo, domingo desses de novembro. Tripé, longa exposição e a certeza de que todo sensor tem seus dias de tela, esperando uma pincelada de luz.

Segundo clichê


Calor, Central do Brasil, sinal fechado pra gente, guarda-chuva guardando o sol e termômetros vagabundos. O caboclo aí embaixo parecia não acreditar que o trouxa dava bobeira com uma câmera ali; depois do clique, meteu o pé.


Rio, 50 graus.

Primeiro clichê



Poeta rima com bicicleta; curvas, com Copacabana. Às vezes a gente sai pra fazer o óbvio, e o óbvio é sempre ululante.

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Folga nublada






Último fim de semana de folga no ano, e a sexta-feira corroia as ilusões de uma praia decente.

Saí no fim de tarde, enrolado em uma capa verde-oliva, pra interagir com o clima. "Quem está na chuva é pra se molhar", dizia vovó; fui, vi e me molhei. Valeu encharcar os pés, foi bom ver a cidade numa caminhada. Rendeu um ou dois cliques felizes.

24.5.09



Diz o manual dos blogueiros: "é importantíssimo manter a regularidade das postagens. Além de gerar tráfego, atualizações periódicas valorizam e demonstram a seriedade de seu blog." Verdade, dura verdade. E estes cadernos, já irregulares, permaneceram esquecidos por quase dois anos - mereciam chamar-se cadernos de quinta, tamanho o desleixo.

Enfim, cá estamos novamente. Ainda que sem leitores.

Desde a primeira postagem - um continho pretensioso de fevereiro de 2006 - muitas foram as interrupções, e pelo menos uma mudança de propósito teve lugar: da ficção passamos à política internacional, fazendo deste espaço um laboratório para passear pelo globo. Uma desculpa para procurar jornais mundo afora, uma oficina de redação sem maiores compromissos. Um caderno de rascunhos de fato (ou de fatos, apurados por terceiros).

O último texto - tempos estranhos - entrou no ar pouco antes de minha saída da Livraria da Travessa, bem na época em que decidi trancar o curso de Jornalismo. A partir de dezembro de 2007, passei a dedicar-me (quase) integralmente à fotografia, que praticava já havia oito anos. Não recomendo: em todo lugar tem alguém com uma câmera. Mas enfim - fazer o quê?

Abro os cadernos de novo, para novos esboços. Desta vez, abordando a fotografia. 

Até a próxima segunda!